10 anos para frente é muito, para trás pode aparecer como se tivesse sido ontem

Tempo é algo bem subjetivo. E essa noção subjetiva do tempo clareou com a leitura de uma crônica esta semana. Leio desordenadamente, abro em alguma página e leio a crônica, sem compromisso de ordem. Falo do livro “As cem melhores crônicas brasileiras”, organizado por Joaquim Ferreira dos Santos. Mas leia imediatamente a introdução feita por Joaquim F. Dos Santos. Uma verdadeira aula.

Esta semana a crônica que li tem haver com tempo: “O dia de um homem em 1920”, escrito em 1910 por João do Rio. É interessante ler um texto agora em pleno século XXI escrito no início do século passado e fazer especulações de como seria um futuro distante, dali a frente 10 anos! O texto segue por uma linha imaginativa mas em certos momentos identifico com nosso atual estilo de vida. Logo no início escreve: “... As ocupações são cada vez maiores, as distâncias menores e o tempo cada vez chega menos.” Não vou contar a crônica, mas é legal referências do tipo ninguém escreve, somente abreviaturas. Lembra algo?

Se 10 anos não é muito, imagina 1 ano! Esta semana completei um ano morando em Belo Horizonte. E a sensação é que foi ontem. Desde que tomei a decisão final de vir morar em terras mineiras, foram apenas 15 dias, para despachar os móveis e já estava na estrada com meu carro entulhado de apegos que não eu aceitava por num caminhão de mudança.

Devo confessar que este primeiro ano em Belo Horizonte não foram fáceis. Além de chegar num cidade nova e bem diferente do Rio de Janeiro (não digo só na questão da praia, até por que esta frequentava pouco), o fato de estar vindo por insatisfação profissional e muito por questões familiares contribuíram para essa difícil adaptação. No quesito profissional a motivação foi um projeto de trabalho que é gratificante, porém, não deu retornos financeiros. No quesito pessoal, sinto que estou sozinha e não ter uma rede social ampla - já fiz amizades, ótimas aliás – não ter construído uma relação social estável, tonam meus dias longos.

Mas aqui em BH construo aos poucos uma nova realidade. Um conquista foi conhecer a UFMG. Estou terminando a Especialização em Gestão Estratégica da Informação na Escola da Ciência da Informação. E deu vontade de não parar de estudar, o plano para o próximo ano é fazer o mestrado na mesma área em gestão de negócios.

Com as novas amizades, conheci alguns bares mineiros que além de comida deliciosa oferecem cerveja geladíssima. Foram noites, tardes, almoços ótimos. Ah! Os bares não tenho os nome de todos, sempre que conheço um novo indico no twitter, alguns: Quintal da Pampulha, Santo Antônio, Redondo, Massas, Bananeiras, Utópica Marcenaria, um dos preferidos é o Bar do João.


Tem outras coisas que gosto daqui de Minas, o trânsito, nem se compara com o do Rio, por mais que o mineiro reclame. Uma dificuldade é a comida mineira, gosto, mas não todo dia e adora frango a molho pardo, do Maria das Tranças é o melhor. AH! Passei a gostar e muito de queijo.

O carioca e o mineiro são bem diferentes apesar da proximidade e não sei explicar, preciso de mais tempo em Belo Horizonte.

2 comentários:

  1. Acompanho esse 1 ano a distância e, sem conhecê-la pessoalmente, acabamos compartilhando um pouco de nossas vidas pelo mundo virtual. Sabe qual a melhor parte desse 1 ano (vc tb deve ter acompanhado minhas mudanças nesse mesmo período)? Estamos vivas e tivemos a coragem de sair do lugar. Uma prima sempre me repete: "não se frita ovos sem quebrar a casca". E qdo vencemos um desafio surge outro. Por isso temos q saborear cada vitória, sozinhas, com amigos, em nossos blogs. Parabéns por estar viva e por vencer tantas batalhas nesse ano! Tempo é mesmo relativo, mas as conquistas diárias, não! BJ

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  2. Oi Mônica, de fato, mesmo sem nos conhecermos temos trocado essa experiência tanto nos blogs como no twitter. Me identifico e muito com seus textos, como já disse em outras oportunidades tem me ajudado em muito.

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